quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

O MEIO AMBIENTE ESQUECIDO NAS CIDADES

De acordo com o levantamento realizado pelo IBGE e divulgado pela sétima edição da Pesquisa de Informações Municipais (Munic), apenas 37% das prefeituras reservam verbas para serem aplicadas em preservação ambiental. Isso significa que apenas 2.079 do total de 5.564 gestões municipais estão com atenção voltada para encontrar soluções para essa questão. Os técnicos do orgão pesquisaram dados da gestão pública e da situação do meio ambiente, do transporte e da moradia em todos os municípios do país durante o ano de 2008.

            Os problemas ambientais, como queimadas, desmatamento e assoreamento de rios, lagos e lagoas, fazem parte do cotidiano de nove de cada dez municípios brasileiros. Esse quadro é agravado pela falat de verbas para viabilizar investimentos para conter a degradação da natureza. Essa carência se expressa no dado de que apenas 18,7% das cidades tem estrutura para tratar do meio ambiente, apresentando, conjuntamente, uma secretaria de meio ambiente ou órgão similar, recursos específicos para a área e conselho do meio ambiente.

            Os problemas registrados no relatório são das mais diversas ordens. Há o desmatamento, com maior incidência no Norte; as queimadas, predominantes no Nordeste; o assoreamento, majoritário no Centro-Oeste. Também foi verificada a poluição do ar, mais intensa no Norte, a contaminação do solo, maior no Nordeste, e a poluição da água, tendo o sudeste à frente nesse item. A agressão ao meio ambiente, rotina em mais de 90% dos municípios que integram a Federação, deixa um rastro negativo sobre a economia primária de 35,7% das cidades. 

            Em muitas pesquisas, os brasileiros já se mostraram como amplamente preocupados acerca da conservação da natureza. Seria de bom alvitre que a totalidade dos gestores municipais incorporasse esse indicativo às suas gestões. Criação de secretarias específicas, coleta de lixo, política de conservação e de preservação no trato da questão ambiental e alocação de verbas seriam bem-vindas, entre outras medidas urgentes e necessárias.

 

FONTE: Correio do Povo (14/12/2008)

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