quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Consumo x Felicidade

Consumo x Felicidade: Aonde você quer chegar?!

O sociólogo Zygmunt Bauman em sua obra mais recente sobre consumo analisa em determinado momento, o “valor” felicidade frente à sociedade de consumidores, perguntando insistentemente: Você é feliz?
Aduz ainda, que vivemos em uma sociedade altamente consumidora, sendo que talvez seja a única na história humana a prometer a todo o momento a “felicidade aqui e agora” e a cada “agora” sucessivamente. Em outras palavras, uma felicidade instantânea e perpétua. Ah! Desde que haja consumo, só para lembrar, pois sem consumo você estará excluído da sociedade, uma vez que como iria sobreviver sem possuir um celular, notbook ou um iphone?!
Verifica-se que se o pobre não gastar o pouco que tem para “ter” ou “possuir” objetos de consumo sem sentido e que não agregam nada ao “ser” humano, estará à mercê de uma total humilhação social, pois corre o risco de ser ridicularizado e provocado e, mais do que consumir, o “ter” representar ser um “ator” atuante no palco da atual sociedade. Mas isso traz felicidade?
Se “ter” fosse requisito para a felicidade, não haveria pessoas infelizes nos países onde o consumo está ao alcance de todos. Infelizmente o que se acentua hoje é que não passamos de meras “mercadorias” dessa sociedade. Sim! Somos meras mercadorias, números para empresas, vendidos diariamente como “pré-dispostos” a adquirir cartões de crédito, bancários, empréstimos e outras incontáveis propostas diárias.
Mas afinal, onde está a felicidade? O que é ser feliz? Devo “ter” para alcançar a felicidade ou devo “ser” para atingir a felicidade?
Não acredito que haja uma resposta concreta e direta a estas perguntas, pois estar feliz é mais do que um simples momento, deve ser o nosso objetivo de vida. Mas você é feliz?
Tudo bem, como disse anteriormente, não há respostas, mas existem indícios desse caminho e aqui vou me valer dos ensinamentos do russo Gurdjieff, em que através de algumas regras, não promete te levar à felicidade, mas pelo menos, te mostrar a direção:
Ø Aprenda a dizer não sem se sentir culpado ou achar que magoou. Querer agradar a todos é um desgaste enorme;
Ø Planeje seu dia, sim, mas deixe sempre um bom espaço para o improviso, consciente de que nem tudo depende de você;
Ø Concentre-se em apenas uma tarefa de cada vez, por mais ágeis que sejam seus quadros mentais, você vai se exaurir;
Ø Esqueça, de uma vez por todas, que você é imprescindível. No trabalho, casa ou grupo habitual. Por mais que isso lhe desagrade, tudo anda sem a sua atuação, a não ser você mesmo;
Ø Abra mão de ser o responsável pelo prazer de todos. Você não é a fonte dos desejos, o eterno mestre de cerimônias;
Ø Peça ajuda sempre que necessário, mas tenha o bom senso de pedir para as pessoas certas;
Ø Diferencie problemas reais de problemas imaginários e elimine-os por que são pura perda de tempo e ocupam um espaço mental precioso para coisas mais importantes;
Ø Tente descobrir o prazer de fatos cotidianos como dormir, comer e tomar banho, sem também achar que é o máximo a se conseguir na vida;
Ø Evite se envolver em ansiedades e tensões alheias. Espere um pouco e depois retome o diálogo, a ação;
Ø Família não é você. Está junto de você. Compõe o seu mundo, mas não é sua própria identidade;
Ø Entenda que princípios e convicções fechadas podem ser um grande peso, a trava do movimento e da busca;
Ø É preciso ter sempre alguém em que se possa conversar e falar abertamente;
Ø Saiba a hora certa de sair de cena, de retirar-se do palco, de deixar a roda. Nunca perca o sentido da importância sutil de uma saída discreta;
Ø Não queira saber se falaram mal de você e nem se atormente com esse lixo mental; escute o que falaram bem, com reserva analítica, sem qualquer convencimento;
Ø Competir no trabalho, no laser, na vida a dois, é ótimo....... Para quem quer ficar esgotado e perder o melhor;
Ø A rigidez é boa na pedra, não no homem. A ele cabe firmeza, o que é muito diferente;
Ø Nunca abandone suas três e inabaláveis amigas: a intuição, a fé e a inocência;
E entenda de uma vez por todas: Você é o que se fizer “ser”!

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